Essa é uma pergunta que me fazem muito: “Eu tenho dívida. Vale a pena eu começar a investir para mais lá na frente pegar esse dinheiro que eu estou investindo e pagar a dívida?”  

 

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Infelizmente, não! Porque a nossa dívida cresce em velocidade de Fórmula 1, enquanto o nosso investimento, principalmente quando a gente está começando, cresce tartaruguinha, né? Então, mesmo que eles tenham o mesmo valor no início, a dívida vai crescer muito e o investimento nem tanto. 

Nunca vai ser possível eu pagar uma dívida com o dinheiro que está crescendo no investimento. Nunca, nenhuma dívida. A não ser que seja para o seu pai e para sua mãe que não estão te cobrando juros, né? Mas se for uma dívida mesmo, que tem juros, nunca vai ser possível você pagar uma dívida  

 

“Ah, mas eu não consigo pagar dívida, não posso nem começar a investir?”  

 

Eu normalmente digo o seguinte: pega um pedacinho, começa a investir para você experimentar, para você conhecer. Porque só quando a gente está ali na prática é que a gente realmente conhece. Mas não deixa a dívida ficar em aberto!  

Eu tive 60 mil reais em dívidas. Eram de um financiamento de um carro (porque eu achava que tinha que ter carro) que eu realmente não precisava, a minha família precisava. E a gente foi roubado!  

Perdemos o carro e aí não tinha mais dinheiro para pagar o carro, não tinha mais dinheiro para comprar outro. Não tinha seguro, porque quem é desorganizado financeiramente acha que vai dar tudo certo e aí fica só confiando que vai dar tudo certo morando no Rio de Janeiro…Foi uma salada total! 

Esse carro foi roubado e aí “Ah, não vamos mais pagar o financiamento e tal…”. Na verdade, foi minha família quem comprou, mas já estava todo mundo tão enrolado financeiramente que o único nome limpo na época era o meu. E, por isso, a compra foi feita no meu nome. E aí aquele financiamento virou uma bola de neve. 

 

E aí, um dia, eu trabalhava em uma empresa que iria ser transferida para São Paulo. Por isso, eu recebi uma rescisão. Eu até arrumei uma outra empresa para trabalhar, ganhando um pouquinho menos. Mas o ponto é que todo mundo que saísse da empresa naquela época receberia rescisão, mesmo que pedisse as contas.  

Isso para mim foi ótimo, eu fiquei superfeliz pensando: “Beleza, eu vou me livrar dessa dívida!” – que já estava em 60 mil. E eu era superenrolada! Ainda tinha um pouquinho de cartão de crédito, cheque especial, não era só o financiamento, não! 

Só que, quando eu recebi a rescisão, aquela rescisão era 30 mil reais. Eu péssima em matemática, não fazia ideia nem como fazia aquela conta. E aí eu pensei: “Bom, eu não vou pagar uma dívida de 60 mil com esses 30 mil, perder todo meu dinheiro e continuar endividada. Aí eu peguei aquele dinheiro, botei numa poupança e achei que tinha dinheiro.  

 

Porque eu estou contando isso…Eu tinha uma dívida e comecei a investir, porque poupança não é investimento, né?! Mas eu botei o dinheiro na poupança e achei que estava tudo bem.  

Um dia pensei “ah, vou mexer lá nesse meu dinheiro”. Era até véspera do meu aniversário (foi em 2007, eu acho, já até perdi as contas) e eu pensei: “Vou me dar um vestido, vou pagar o salão, fazer alguma coisa!”. 

Quando eu fui sacar esse dinheiro, não consegui sacar, uma informação esquisita, saldo bloqueado e tal… Eu fui no gerente e falei: “Olha, não estou conseguindo sacar o meu dinheiro, o que está acontecendo?”  

 

Ele falou: “A senhora tem alguma dívida?” 

Eu: “Ai meu Deus, todo mundo está sabendo!” 

Ele: “Bom, é porque sua conta-poupança foi bloqueada por uma ação judicial!” 

Eu: “Tá e como desbloqueia?” 

Ele: “Não, não desbloqueia. Seus bens estão sendo penhorados para pagar sua dívida.” 

 

E aí, naquele momento em que eu pensava: “Ah, não, a dívida não é minha. A dívida é da minha família. Eu não estou endividada, não. Ah, eu tenho 30 mil guardado…” Assim ó, em um estalar de dedos eu me tornei uma pessoa endividada, com a justiça correndo atrás de mim, penhorando meus bens e sem dinheiro nenhum! O pouco que eu tinha, já não tinha mais porque tinha sido bloqueado.  

E aí sabe como é que a gente se vinga disso? A gente domina as nossas finanças, a gente passa a guardar dinheiro, empresta para os bancos menores. Hoje quem me deve é o banco! 

 

Parece que o jogo virou não é mesmo? Hoje é diferente!  

 

Mas até eu chegar em como é hoje, eu penei bastante. E é por isso que eu estou aqui respondendo às perguntas de vocês para que vocês façam o mesmo! Para que não dependam mais de banco!  

E eu estou contando tudo isso não só para a gente entender que a gente pode virar esse jogo, mas principalmente para a gente entender que a gente precisa tomar cuidado enquanto a gente não vira esse jogo.  

 

Porque a gente, ao investir, a gente está emprestando para o governo, está emprestando para o banco, mas se a gente está endividado na outra ponta pode acontecer o que aconteceu comigo! 

 

Até o próximo artigo!

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